O que está procurando?

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Responsável pelo MP de Campo Grande disse que vai cobrar explicações pelo, atraso, mas sabe que é por falta de policiais.

Promotor cobrou ação policial
* De Fato

A impunidade na região Oeste do Rio Grande do Norte beneficia aproximadamente 99% dos criminosos que atuam nessa região do Estado. A declaração é do promotor Silvio Brito, responsável pela Comarca de Campo Grande, onde é investigada a morte do ex-prefeito da cidade, Antônio Francisco Nóbrega Martins Veras, e os policiais militares Jackson Cristino Dantas e Solano Costa de Medeiros, vitimados em uma chacina em 2010. O promotor afirma que irá cobrar respostas à Polícia.

A declaração do promotor veio durante entrevista ao DE FATO, quando comentava sobre o atraso nas investigações em torno da morte do ex-prefeito de Campo Grande e dos dois policiais militares que faziam sua segurança e também foram executados. O crime completa um ano e meio e até agora ninguém foi preso. A investigação continua em poder da Polícia Civil, que tem um prazo de 30 dias para concluir um inquérito, segundo prevê o Código Penal Brasileiro (CPB), e encaminhá-lo ao Ministério Público Estadual. “Não sabia nem que esse caso era área de Campo Grande”, revelou.

O promotor, apesar de demonstrar não sentir-se confortável quanto ao atraso, disse que as investigações na região Oeste do RN são semelhantes à essa em que foram vitimados o ex-prefeito e dois policiais militares. Segundo Silvio Brito, casos mais simples também ficam sem solução. “É uma região que não tem delegado, que não tem policial civil. O normal é que não tivesse nem um inquérito. Eu como promotor, vejo isso como um abuso contra a população, um inquérito se arrastar por um ano e meio. Mas nessa situação, é uma vitória ter até um inquérito”, reclama o promotor, insatisfeito.

O normal, de acordo com Silvio Brito, é que investigações de crimes mais complexos demorem um pouco mais do que prevê o CPB, mas um ano e meio é tempo o suficiente, cabendo ao Ministério Público Estadual acionar o Estado e até mesmo as autoridades diretamente responsáveis pelo caso. “O Código de Processo Penal (CPB) fala em 30 dias, mas uma investigação como essa, de um crime com elementos de vingança, etc., não tem como ser investigado nesse período. Requer tempo. O delegado pode pedir prorrogação, desde que justifique. Acho estranho não ter chegado nada a mim”.

Diante do atual quadro de crise que vive a Polícia Civil do RN, presente em pouco mais de 20% das cidades potiguares, a ineficiência na investigação de crimes é “algo normal”, segundo o promotor Silvio Brito. “É normal dentro da realidade anormal que vivemos. Esse crime era para ter sido investigado por Campo Grande, mas a cidade não tem um delegado. A gente vive a insólita situação que a delegacia fica fechada porque não tem ninguém. Se formos ver a situação de um Estado organizado, tudo normal, isso não é admissível. Deveria ter sido investigado em três, quatro meses”, ressaltou.


* Matéria do Jornal De Fato e imagem reproduzida do CG News

Nenhum comentário: