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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A inadequada assistência à saúde e os erros de enfermagem e médico

Texto da enfermeira Gilvaneide Holanda
* Afrodite Se Quiser

Neste domingo (18 de setembro), assistimos a matéria do Fantástico sobre erros de enfermagem. O programa relatou sobre os constantes erros que os técnicos de enfermagem e os enfermeiros estão comentendo. A reportagem mostrou/investigou escolas de técnicos de enfermagem, faculdades e hospitais, constatando que há erro na formação dos profissionais, porém não atribuiu outros fatores. Isso me causou uma profunda inquietação. Vamos refletir um pouco sobre a saúde ...

O enfermeiro é um profissional imprescindível em toda instituição de saúde. Uma Unidade Básica de Saúde funciona sem médico, sem odontólogo mas não funciona sem enfermeiro. Por sua vez no hospital o enfermeiro é responsável pela coordenação da  equipe de enfermagem e pela execução de atividades privativas do enfermeiro, cuja a ação exige um conhecimento mais específico. O ideal é que exista um enfermeiro para cada setor de saúde do hospital e um técnico de enfermagem para 5 leitos (no máximo), mas isso não faz parte da nossa realidade.
Sabemos que, as atividades de enfermagem há muito tempo vem sendo inadequadas devido, também as especificidades do ambiente e as condições insalubres dos hospitais, uma deficiência do serviço público (SUS).
 O desgaste físico e emocional, a baixa remuneração e o desprestígio social são fatores associados às condições de trabalho do enfermeiro, que vem refletindo negativamente na qualidade da assistência prestada ao cliente, levando ao abandono da profissão e conseqüentemente desestímulo a profissão ( tudo a ver com o texto anterior que escrevi sobre motivação profissional).

 Segundo a reportagem do Fantástico, em 10 anos aumentaram 5 vezes o número de faculdades e escolas técnicas de enfermagem. O problema maior é a péssima qualidade desse ensino. Se um técnico não é bom a culpa é do enfermeiro, se o técnico erra a responsabilidade toda é do enfermeiro. Portanto parte a necessidade maior de fiscalização da nossa categoria (me enquadro porque sou enfermeira), não só de fiscalizar-mos os outros como também as nossas práticas. Daí também surge a porcentagem de culpa do COREN. Onde estão as ações do COREN? Os investimentos? A fiscalização?

Passamos agora dos erros da enfermagem para os erros médicos. Outro dia o Globo Repórter mostrou uma matéria afirmando que os médicos matam mais que as doenças. Isso é verdade. É muito grande o número de médicos que não tem compromisso com a saúde da população, principalmente nas cidades do interior, causando erros por negligência, imperícia e imprudência. O objetivo aqui não é, em absoluto, denegrir a classe médica, mas mostrar as falhas de um sistema, o maior sistema de saúde do mundo SUS.

“Que os médicos se confortem: o exercício de sua arte não está em perigo; a glória e a reputação de quem a exerce com tantas vantagens para a Humanidade não estarão comprometidas pela culpa de um homem que falhasse sob o título de Doutor.” (Procurador Geral André Marie Jean-Jacques Dupin)
 
Concluindo, devemos defender nossa classe de enfermagem mas antes assumir nossas deficiências e encorajarmos à formação continuada para enfermeiros cada vez mais competentes e exigir mais reconhecimento dos nossos gestores.
 
* Matéria reproduzida do www.blogafroditesequiser.blogspot.com, de autoria da Enfermeira Gilvaneide Holanda.

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