Dos palanques ao palácio
* Fernando Mineiro
Entre a Rosa.CAND.Dem e a Rosa.GOV.Dem existe uma distância imensa, que agora se evidencia aos olhos da sociedade potiguar.
Parece até que se elegeu uma pessoa mas é outra quem governa, tamanha a distância entre o palanque e o palácio.
Pesquisas recentemente divulgadas mostram o grau de corrosão do capital político conquistado pelos vitoriosos de 2010.
Lógico que, sendo da natureza das pesquisas, os índices de desaprovação do Rosa.GOV.Dem, que hoje superam os de aprovação, retratam o atual momento político-administrativo de nosso estado e podem ser revertidos no próximo período.
A desaprovação do governo do Dem e aliados acontece à medida em que a sociedade potiguar vai tomando conhecimento do ESTILO administrativo que se instalou no RN desde 1 de janeiro de 2011.
Invés de começar a GOVERNAR desde aquela data, os novos inquilinos do Centro Administrativo optaram por gastar energia em combater os já derrotados de 2010.
De tanto só olhar para passado o Rosa.Gov.Dem sofreu um torcicolo e não consegue mirar à frente.
A administração estadual está paralisada e não tem conseguido implementar as políticas públicas, função de todo governante.
A forma como o governo vem respondendo às cobranças para que se cumpram as legislações referentes aos Planos de Cargos das diversas categorias é reveladora de uma concepção conservadora e autoritária de gestão, inábil e ineficiente diante dos conflitos naturais entre governo e servidores. A ausência de propostas concretas de negociação dificulta a busca de soluções, prolongando as greves e prejudicando a população que necessita e usa os serviços públicos.
Mas atribuir apenas às greves de algumas categorias o desgaste do governo é um equívoco. A àrea da saúde, por exemplo, não está em greve e, no entanto, não se observa nenhuma mudança neste setor.
O governo usa o argumento da herança de dívidas de gestões passadas (menor do que a anunciada) apenas para tentar justificar o imobilismo administrativo. Com o aumento da arrecadação estadual em relação ao ano passado, a tática é a de fazer caixa financeiro e redefinir o uso e aplicação dos recursos.
Enquanto isto, centenas de fornecedores de bens e serviços estão sendo penalizados e já se observa o efeito cascata em diversos setores devido ao peso e à influência das compras públicas na economia do estado.
Os efeitos da paralisação de várias obras de infra-estrutura e de ações nas àreas rurais já se fazem sentir em diversas cadeias produtivas.
Caso o Rosa.Gov.Dem não supere rapidamente o seu imobilismo administrativo maior será o seu desgaste e maiores os prejuízos para a população.
O que mais preocupa é a indiferença diante da deteriorização deste quadro administrativo.
Em seis meses de governo não se viu nenhuma ação concreta nem se ouviu nenhuma palavra da Chefe do Executivo ( dela mesma, como se diz ) sobre a crise que se estabeleceu e se espalha pelos setores da administração pública do Rio Grande do Norte.
Desejo que este quadro seja logo logo superado. Por uma razão simples: quem sofre as consequências é a maioria da sociedade que precisa e depende dos serviços públicos.
* Fernando Mineiro é Deputado Estadual pelo PT. (Matéria reproduzida do Blog de Mineiro) e imagem de http://www.heitorgregorio.com.br/
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