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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Lilia Holanda foi uma das lideranças comunitárias que apareceu para dá uma força a Copa Oestana
Grande participação de comunidade e autoridades locais e regionais evidenciam a força mobilizadora e educativa do esporte
* Caramurú

Tenho citado quatro grandes maneiras de educar nos dias atuais: na sala, fazendo cultura, explorando o mundo da internet e praticando esportes. Dentro das modalidades esportivas, o futebol é mais povo. Num campinho de futebol de poeira (pense numa expressão antiga!) não dá para encostar madame ou playboy. Lá a vestimenta ideal é bermuda e sandália. 

Estamos partindo para a última rodada da I Copa Oestana de Futebol 7 Society na qual posteriormente faremos um balanço. Mas dá para evidenciar este efeito da identidade do povo mais humilde com o esporte favorito dos brasileiros e brasileiras. As pessoas vem de mototaxi, a pé ou até mesmo de carona para assistirem e "brigarem" pelos seus times de coração, repletos quase sempre de amadores que sonham com o estrelato.

O sol a pino, a poeira e o calor não intimidaram 200, 300, 400 e até mais de 500 pessoas para participarem nos últimos 5 sábados e domingos, no campo Robertão. O dindim do Chico ou da André de Netinho Carneiro dá um alívio. A pinga na barraca do Glauber dá a alegria.

Dentro de campo os jovens ou veteranos "vestem os uniformes nacionais" dos seus municípios e a região se une em torno da disputa saudável onde quem dá chute na canela é punido com cartão ou expulsão. O jogo segue alimentando espíritos de cooperação e sentimentos de vontade de vencer dentro das regras da lealdade. Jovens humildes por instantes sentem os reconhecimentos dos valores que o cotidiano lhes tiram pelas posições sociais que ocupam.

Neste quase 1 mês de Copa Oestana fiz muitos e novos amigos na região. Apertei mãos nervosas e observei rostos tristes nas derrotas. E felizmente, até agora todos souberam vencer e também acatarem as derrotas porque viram que a lei está sendo igual para todo mundo e todos sonham que o dia a dia também pudesse acontecer com igualdade de tratamento.

Melhor de tudo é saber que não estou só. Falei, ouvi e conheci muitas pessoas irmanadas neste ideal de exercício da cidadania a partir de uma disputa amadora. Recebemos muitas parcerias, visitas, palavras de incentivos e boas críticas com o desejo evidente de melhorar o que é um instrumento educativo, antes de ser competitivo. 

Quero agradecer desde já aos donos de times, apoiadores do evento, patrocinadores, amigos e autoridades que passaram por lá e nos estenderam as mãos para juntos fazermos revoluções cotidianas, acreditando e estimulando a auto estima da nossa população, dos nossos heróis anônimos em busca da fama. A presença física ou o apoio a esta Copa Oestana que estou realizando, pondo um investimento maior do que minha capacidade financeira, é a prova que só existe compromisso com gesto concreto E PRESENÇA.

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