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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

“É melhor chegar 50 anos antes, do que 05 minutos depois do fato consumado”.

*Simone Cabral

Essa frase foi dita hoje pelo Prof. João Dantas Pereira da UFRN durante a sua fala no I Seminário sobre o Papel da Educação na Cultura da Paz. Esse evento promovido pela Secretaria Estadual de Educação e Cultura do RN teve como objetivo refletir a problemática da violência escolar, bem como discutir a criação do Programa Paz nas Escolas, resultado da Lei 8.814/2006, de autoria do Deputado Fernando Mineiro (PT), que também se fez partícipe durante todo o evento. A implementação desse programa está vinculada a criação do Conselho Estadual de Promoção da Paz nas Escolas.

A cultura de paz demanda propostas sistemáticas, permanentes e contínuas, vezes, lentas e processuais, tal como sugere a frase do professor acima, ao se referir às ações de caráter sócio-educativas de prevenção à violência que não podem ser resolvidas de forma imediata, mas construídas a partir da realidade social.

Ações que ora anunciavam o controle, ora denunciavam a permissividade da violência escolar pautaram a discussão todo o dia entre educadores, militantes e demais profissionais que atuam ou tem interesse na área.

Para mim, o contexto da violência escolar extrapola o seu espaço físico. É resultado de um processo que tende a brutalizar a sociedade, de modo que os indivíduos não se veem e não se reconhecem a partir da condição da dignidade da pessoa humana, princípio maior dos direitos humanos.

Essa reflexão eu pude fazer, logo em seguida ao Seminário, quando fui prestigiar um dos filmes da 4ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul em exibição até o dia 11/10, em Natal. O filme “Crueldade Mortal (1976)”, baseado em fatos reais, cuja resenha publicada diz-se tratar de um “homem que deixa a família para trás e se muda para Nova Iguaçu (RJ) tentando reconstruir sua vida, mas se apaixona por uma mulher que o despreza e o deixa fora de controle”, eu, particularmente, sob o olhar inquietante a despeito da realidade social, o descreveria, simplesmente, como um filme que instiga a reflexão sobre a intolerância, a banalização da vida e a condição cômoda e passiva frente às injustiças que se fazem quase indiscutíveis nessa cultura de indiferença com o outro.

Em tempos de desumanização, entendo ser preciso falar de paz, de valorização à vida e do pleno exercício da cidadania, para não cairmos em profunda cegueira que nos impedem de enxergar a nós mesmos como seres e como humanos.

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