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quarta-feira, 20 de maio de 2009


São João por todos os cantos e recantos da cidade.
* Caramurú

Chegaram as minhas mãos dois convites para os arraiás do Campo de Aviação, no dia 30/05, e da família Biló, no dia 05. Junto com os dois, Pedro Miau, Coordenador Municipal de Cultura, me comunicou que serão realizados mais de 30 no mês de junho. Como comedor dos derivados de milho e dançador de quadrilha inveterado, fiquei satisfeito com este subproduto da Globalização.

Relembro o ano de 1992 quando junto a um grupo de admiradores da cultura nordestina ficávamos receosos dos efeitos das aberturas dos mercados mundiais e o massacre previsto sobre as diversidades culturais do nosso país. Aliás, naquele momento Campo Grande vivia uma crise das expressões populares que cheguei a escrever a poesia abaixo:


Adeus São João, Santo Antonio e São Pedro

Cadê a bandeirinha, a quadrilha,
O traço, o apadrinhamento ?
Onde estão as fogueiras ?
Os matutos casamentos ?

Chumbinho, milho, pamonha,
Quem me diz aonde estão ?
A ingenuidade ingênua,
As músicas do Gonzagão ?

E uma coisa esquisita,
Se tiver povo vejo não.
Quem poderá me dizer
Qual sua localização ?

- Está sentado na poltrona
Vendo a televisão.

(Livro Vôo Devagar, 29/06/1992)

Vejam que ironia do capitalismo. Após quase duas décadas de globalização, os nichos das raízes culturais ganharam maiores valores e, portanto, se fortaleceram. Campo Grande e as festividades juninas, articuladas pelo povo e apoiada pelo Governo Municipal, é uma demonstração desta realidade. Certamente, este contexto pede uma poesia diferente desta que eu fiz acima. Por isso mesmo, convido aos leitores deste blog para se inspirarem e nos mandarem uma nova composição falando do novo momento. Fico no aguardo.

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