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terça-feira, 10 de agosto de 2010


Dnit assina hoje ordem de serviço da ‘110’
* Jornal De Fato

Natal/Campo Grande - O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), Fernando Rocha, do Rio Grande do Norte, confirmou que hoje, às 11h, assina a ordem de serviço para a Construtora Delta fazer a BR-110, trecho Mossoró-Upanema-Campo Grande. O investimento do Ministério dos Transportes será de R$ 84,3 milhões.A Construtora Delta, desde quinta-feira da semana passada, está com um problemão para resolver no Ceará, exatamente devido a contratos com o Dnit. Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal, a empresa teria desviado cerca de R$ 3,6 milhões somente em três contratos fraudulentos neste estado.No cenário nacional, o CGU aponta que somente no segundo governo Lula, a Delta, que era uma empresa de pequeno porte, se tornou gigante, tendo abocanhado contratos que somados chegam a R$ 2,4 bilhões. Partes destes valores foram referentes a contratos do Dnit do RN com a Delta, como por exemplo, o referente à recuperação da BR-304, trecho Angicos/Natal.

No Ceará, a PF cumpriu 27 mandatos de prisão e 52 mandatos de busca e apreensão no Escritório regional do Dnit, na filial da Construtora Delta, assim como nas residências de alguns diretores e em outros locais. O MPF pediu a expansão da investigação no Estado do Ceará, o que fez abrir o leque de desconfiança quanto aos contratos da empresa em outros estados. Hoje, às 11h, na Câmara Municipal de Campo Grande, o superintendente Fernando Rocha, do Dnit/RN, autoriza a Construtora Delta a iniciar oficialmente a construção da tão sonhada BR-110, trecho de 79km, que compreende entre os municípios de Mossoró e Campo Grande, passando pelo município de Upanema. O contrato será de R$ 84,3 milhões.No município de Campo Grande, é grande a expectativa para o início das obras, não só pelo benefício da rodovia, mas também pela geração de empregos diretos e renda com a instalação do Canteiro de Obras da Construtora Delta, que já começou no município. As máquinas chegaram semana passada e estão guardadas no bairro Alto da Esperança, aguardando o início dos trabalhos.

No município de Upanema, que encampou a luta pela rodovia no início de 2010, realizando audiência pública com a presença de quase que 100% da bancada federal potiguar, uma parte da população comemora a possibilidade de a BR ser finalmente construída e outra reclama da possibilidade do canteiro de obras ser instalado no município de Campo Grande.

A prefeita Maria Estela diz que a localização ideal para a construtora instalar o Canteiro de Obras é em Upanema, que fica entre uma cidade e outra, facilitando o trabalho. E, ao mesmo tempo, destaca que com a construção da BR, estando o canteiro em qualquer lugar, significará um grande avanço econômico para o município através da produção agrícola irrigada.

Já o vice-prefeito de Campo Grande, Caramuru Paiva, disse ontem que não sabe ainda o local que a Construtora vai instalar o canteiro de obras, mas confirmou que as máquinas já estão no município, no bairro Alto da Esperança. "É claro que se for aqui será muito importante para o município, mas o mais importante é o resultado, que é a BR construída", destaca.Neste final de semana passado, o superintendente do RN, Fernando Rocha, também foi convocado em Brasília, mas retornou a tempo para pessoalmente assinar a ordem de serviço da BR-110 em Campo Grande. A razão da convocação de Fernando Rocha a Brasília chegou a se cogitar que tinha algo a ver com as prisões dos diretores da Delta no Ceará. Informação esta que não foi confirmada pelo órgão.

Ontem, o superintendente adjunto do Dnit, Gledson Maia, também foi convocado para ir a sede do órgão federal em Brasília. Gledson Maia informou através de seu micro blog (twitter) que foi convocado pelo superintendente nacional do órgão, Luiz Pagot, para discutir investimentos do Ministério dos Transportes no Rio Grande do Norte, dentro do Programa CREMA2. A BR-110 é um pleito de 50 anos atrás. É vista como fundamental para o desenvolvimento da região de Upanema e Campo Grande, além de ser via de escoação da produção de sal na região de Mossoró e Areia Branca. A estrada foi aberta ao longo das décadas, mas o capeamento não foi providenciado, nem muito menos as pontes e bueiros construídos.

* Matéria publicada no Jornal De Fato, Caderno Estado, de 10/08/10

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