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domingo, 22 de agosto de 2010



LAR doce LAR

*Clayse Anne

No ano de 2003 conheci alguém cuja amizade eu já imaginava que seria muito importante para o meu crescimento, espiritual, pessoal, social e intelectual. Foi em um dia na Igreja, vendo a professora Leida pregar que eu pensei: “quando eu crescer, quero ser igual a você”. Existem algumas pessoas que passaram, que estão e que ainda passarão em nossas vidas das quais iremos nos pegar pronunciando esta célebre frase. Tenho certeza de que meu exemplo maior, que é Jesus, me permite mirar pessoas como Leida e outras que eu não sei parar de olhar.

O tempo passou e Leida manteve sempre a sua porta aberta em sinal de boas vindas. Para mim, para outros e para sua trajetória que resultaria num momento tão importante para sua carreira e realização pessoal como está sendo. E especialmente: para que, como educadora, formando homens e mulheres, ela contribua para mudar a história do mundo.

De origem humilde, é natural de Catolé do Rocha. Mas foi nas terras do sítio Currais Velhos onde foi criada a menina apontada por um médico que visitava as comunidades rurais da época como: “muito inteligente e por isso, não podia crescer numa comunidade que não lhe daria oportunidades para aperfeiçoar sua capacidade intelectual".

Não diferente de muitos moradores das zonas rurais, a menina Leidinha soube o que é carregar lenha, lata d´água na cabeça, plantar e colher feijão e algodão, além de juntar frutas da oiticica que era, por seu avô, vendido para as fábricas de sabão. Iniciou seus estudos, primeiramente no sitio para depois migrar para a cidade, onde foi acolhida por uma parte de seus familiares, após descobrir que estava doente de “asma” que impediu a sua permanência no sitio. Foi o inicio de uma mudança na história de vida da menina que não se prendia as dificuldades da vida, mais apoiava-se em um único ideal: na sua intervenção para melhorá-la.

E após anos de mais dificuldades, materiais e de oportunidades, ela foi sendo beneficiada através do seu esforço e coragem, nunca olhando para trás, mas seguindo sempre “teimando”, confiando e contando com a ajuda de pessoas queridas, além do apoio incondicional de Deus a quem num momento especial em sua vida, aos 17 anos de idade, teve um encontro pessoal que mudaria a sua vida para sempre.

Terminou seus estudos, entrou na Universidade e formou-se em Pedagogia pela UERN. Casou e teve filhos, realizando seu lindo e maior sonho: construir uma família. Prosseguiu sonhando, nunca esquecendo que, parte desse sonho seria o de contribuir para a melhoria do mundo. Fez especialização, atuou em vários cargos como educadora e decidiu: seria Professora Universitária. Preparou-se e fez concurso onde foi aprovada na UERN.

Ela sabia que agora precisava, mais do que antes, continuar a sua formação, por causa da sua profissão e por uma questão pessoal. Então, decidiu fazer a seleção para o mestrado. Passou. E essa noticia mudaria um pouco o rumo da sua vida e de sua família, pois, teve que se ausentar um pouco do marido tendo que ir morar em Assú, onde sua permanência foi de dois anos. Voltando para Campo Grande decidiu continuar, teimar, nunca desistir e então mais uma vez o sonho, que até então nunca abandonara, confirmou a noticia mais óbvia para ela e para quem acompanhava o seu esforço, dedicação, fidelidade a Deus e acreditava em sua capacidade: Você está no doutorado!! Mais uma vez os rumos da sua história seriam mudados, ela teria que se afastar de Campo Grande indo morar em Natal.


E os desafios continuaram. Neste ano de 2010, por cerca de quatro meses ela esteve distante de sua família, marido e filhos e das pessoas amigas. Foi um tanto difícil a sua permanência em Brasília, em que ela esteve provisoriamente, cumprindo uma parte de sua tarefa de exigência do curso: o doutorado “sanduíche”. E nesse tempo ela teve a companhia constante da dor da saudade, onde nunca havia se apresentado tão dolorosa. Porém, a certeza de que ao seu estava um Ser superior, nosso Deus, que lhe dava forças para não desistir. Lembro-me do seu primeiro dia na capital nacional quando ela me ligou dizendo: vou precisar do seu apoio nesse momento tão difícil. O apoio foi dado, como sempre!!

Foram momentos duros, a distância realmente machuca e preocupa. Mas tantas renúncias, que começou desde os Currais Velhos, quando teve que deixar sua família para estudar na cidade, valeram apena para que a história de vida da sonhadora menina Leidinha, que tanto olhava para o horizonte, imaginando-se vencedora, fosse transformada nesse exemplo de uma grande Educadora e ser humano com tanta disposição em "mover-se como gente", "segurando no peito o orgulhos de educar", onde muitos que, assim como eu, ao crescer desejam ser ao menos parecida com ela. Você ainda tem muito a percorrer (Te vejo no MEC!!!). =)

Agora, tarefa cumprida e com a certeza de que o esforço, de fato, sempre vale apena. Leida está em casa com a família!!!

Que Deus continue lhe ajudando a combater os bons combates da vida e que seus sonhos continuem sendo realizados até que um dia você possa dizer as triunfantes e tão sonhadas, por você, palavras de Paulo: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”

Bem vinda ao seu lar, querida!!

Um comentário:

SUELDO BARBOSA disse...

Olha Clayse Anne, se a intenção não era, posso assegurar que chegou perto de me emocionar; Não tão intimamente quanto você, em decorrência das partidas que a vida propõe, conheço a Leida, e compartilho do mesmo orgulho e gratidão, posto que em minha trajetória de vida, também tive o privilégio de encontrá-la,quando ainda diretora da amada escola Adrião Melo.

E, desde sempre pude ver em seus olhos a paixão que tinha pela educação, e ainda o desejo ardente de conhecimento. Foi e é, neste desejo de buscar o conhecimento, em tendo a certeza de que só ele muda a vida da pessoa, que muitos jovens se espelharam e se espelham no lindo exemplo que ela nos dá!

Eu, só torço para que pessoas, mães, jovens, possam espelhar - sem no exemplo dela, e buscar galgar cada vez mais oportunidades...Tenho orgulho danado, e um carinho todo especial, por essa família...Especialmente Leida, meu abraço fraterno, SUELDO BARBOSA