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domingo, 17 de outubro de 2010

*Clayse-Anne
Saul Estevam apoia e
vota pela continuidade...
(leia em seu artigo)

Caros conterrâneos,

Essa semana em um almoço com um amigo janduiense chamado Denes Dantas, doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e recém empossado professor efetivo da Universidade Federal do Rio São Francisco, conversávamos sobre o que havíamos conquistado nos últimos anos e como essas conquistas em um passado bem próximo não se faziam presente. Chegamos até mesmo a brincar sobre a impossibilidade de uma boa alimentação há pouco tempo em nossas cidades, assim como tudo era dificultado pela falta de recursos de parte da população. Tomar um refrigerante, um iogurte ou até mesmo comer um biscoito recheado ou uma pipoca era algo que digeríamos somente em um final de semana. Ter TV em casa, geladeira, carro ou moto era algo também pra poucos. Tais objetos do consumo hoje podem ser encontrados em qualquer cidade. Muitas pessoas que não viveram tal realidade acham até que é exagero, mentira, mas não é, infelizmente era o que ocorria.

Muitos podem falar que foi a herança de FHC, eu diria que também foi, mas foi, sobretudo, uma política econômica e social que possibilitou a muitos o acesso ao consumo. Uma política que bem mais que uma dependência do FMI ou dos países ricos, se impôs muitas vezes com a autosuficiencia, que incentivou até mesmo em tempos de crises o consumo. Mesmo Diante das duras críticas da impressa e dos tucanos, observamos que de fato, ao menos para o Brasil, a crise econômica mundial foi uma marolinha, como disse o nosso atual presidente.

Tais fatos condizem tanto com a realidade, que 80 % da população brasileira aprovam o atual governo, mesmo diante das acusações de corrupção. Muitos podem fechar os olhos e dizer que ela não existe, que o PT não é corrupto. Eu apresento de uma forma diferente, acredito que existe sim, mas que infelizmente, ou felizmente, não é somente uma prática petista. Mas uma prática que permeia o cenário político brasileiro, sobretudo com exigências feitas do legislativo.

É interessante alguns vereadores de Campo Grande chamar o atual Presidente e os petistas de corruptos, chefe de quadrilha ou até mesmo fascistas. No entanto, se analisarmos as práticas políticas de tais candidatos, podemos ver que os mesmos fazem parte de sistemas de corrupção passiva ou ativa. Seja no apoio a um candidato por dinheiro ou no emprego de alguns familiares em folhas clandestinas que permeiam a política campo-grandense. Dito de outro modo, amigos, o sistema político brasileiro é corrupto, não é uma prática de Dirceus, Erenices, Rorizes, Jefersons. É uma prática instituída bem anterior a República, que tão pouco foi inventado pelo PT, mas uma continuidade do governo do quase Santo José Serra e de sua trupe do PSDB. Mas deixemos a corrupção de lado para falar um pouco sobre educação, sonhos e continuidade.

Como campo-grandense, sei o quão era difícil há 8 anos atrás deixar a cidade em busca de novos horizontes. Digo isso enquanto filho de pai pobre, haja vista que os filhos da população mais abastarda poderiam enviar seus filhos pra Assu, Mossoró, Caraúbas ou até mesmo Natal. No entanto, nos últimos 8 anos o cenário campo-grandense veio a mudar com tal realidade. Foi no ano de 2003 que eu, assim como um grupo de alunos fomos os precursores de uma nova geração. Refiro-me a Jonas de Toinho de Dulce, a Polyana e a Esaú, quando saímos de Campo Grande para enfrentar os desafios na cidade de Mossoró. Assim como posteriormente vieram tantos outros casos de jovens que, assim como nós, deixaram a cidade para estudar na rede técnica e superior de ensino público. Muitos podem achar que é exagero e egocentrismo me colocar como exemplo, mas me ponho sem medo, haja vista que muito de nós superamos até mesmo os filhos da elite campo-grandense.

Como já disse, no ano de 2003 saí da cidade de Campo Grande para estudar no CEFET, hoje IFRN, lá comecei minha carreira acadêmica diante das dificuldades que é morar fora de sua cidade, fui incentivado por programa de monitoria para poder me manter fora de casa, sendo de suma importância para me centrar no ambiente acadêmico.

No ano de 2005, prestei seleção pra UFRN, sendo aprovado, finalizei meus estudos em Campo Grande no 3º ano, haja vista que o calendário do CEFET estava descontrolado diante de uma séria de greves que havia prejudicado alunos de turmas anteriores na Instituição durante o governo de FHC, tendo em vista que ele queria privatizar até o ensino técnico. Diante dessa possibilidade e do congelamento de salários e contratações, muitas greves se tornaram realidade. Greves de 3 meses. No governo Lula, a maior greve consistiu em 15 dias. E olhe que só foi uma. No governo de FHC essa realidade se tornava presente a cada semestre. E quanto o número de Centros Tecnológicos de ensino? O governo Lula fez mais de 200 em 8 anos, enquanto nos 100 anos de república foram construídos somente 80. E talvez seja uma de nossas futuras lutas: a vinda de uma unidade do IFRN para o Campo Grande.

Aprovado no curso de História pela UFRN, fui ainda contemplado com uma bolsa pelo PROUNI, onde pude cursar 6 semestres de Direito em uma instituição particular com tudo pago pelo governo federal. Logo em seguida desisti do curso de Direito, sendo contemplado com bolsa do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais para ser monitor em uma disciplina da Universidade. Quanto às bolsas, meus caros, foram frutos de política públicas do governo na expansão das universidades. Anteriormente ao governo Lula, o sucateamento de nossas instituições se fazia presente.

Hoje formado em História, fiz seleção de mestrado e aprovado em primeiro lugar o governo federal me garantiu uma bolsa um pouco superior a dois salários mínimos para me dedicar à pesquisa. Haja vista que um dos pilares da educação e do enriquecimento da nação consiste no incentivo, que nem preciso falar, mas na época do nosso professor universitário FHC ele pouco existia. Até mesmo os programas de pós-graduação se concentravam no sul. No governo Lula, quase todos os estados brasileiros abriram programas, sendo incentivado, sobretudo, na região nordeste.

Além da bolsa, por excesso de sorte no mesmo ano fui aprovado para ser professor temporário da mesma Instituição que me graduei, haja vista o comprometimento do governo com a expansão e melhoria da educação se faz presente na contratação de profissionais. Vocês podem dizer: “E aí? Parabéns pra você!”. Ou então: “Você defende tal continuidade porque foi beneficiado por ela”. Eu Diria que muitos de nossos conterrâneos poderiam viver essa realidade, e, assim, como eu ser incentivados por uma série de programas que correm o risco de serem paralisados com uma possível vitória do candidato José Serra.

Diante do exposto, como ser contra um governo Lula? Nós devemos retroceder ao velho jeito da dependência do PSDB ou devemos continuar com as melhores condições de realizar nossos objetivos, de nos livrar dos grilhões que por muito tempo nos amarrou para sermos somente empregados de uma elite sulista que concentrou os investimentos em tal região? Quantos Sauls, Pollyanas, Jonas e Esaús deixaram de sair de Campo Grande por falta de oportunidades? Quantos deixarão de sair? Quantos poderão Sair? Garanto que muitos, para todas as indagações.

Mesmo não sendo reconhecido como uma liderança política, nem tão pouco almejo tal posto, peço a todos os campo-grandenses que sonham com um futuro melhor para seus filhos que votem em DILMA presidente. Se foi um homem que taxado de analfabeto nos deu tantas oportunidades de crescer, é a educação e as oportunidades que ele não teve, que poucos dos campo-grandenses tiveram, que nos trarão sonhos, oportunidades e dias melhores, mas pra isso é preciso continuar. Mas se não se convenceu, faça um exercício: COMPARE OS DOIS MODELOS. E se nessa campanha se fala tanto em justiça, a justiça será feita e teremos a segunda mais bela vitória que os brasileiros já viram em uma campanha eleitoral. Claro que a primeira foi do companheiro Lula, que assim como Dilma foi tão batido por uma elite ameaça de perder o seu poder de mando, agora somos nós que mandamos: o povo ou o polvo, como quer a burguesa Veja.

Peço a todos os campo-grandenses que façam as minhas suas palavras e conquistem um voto para Dilma, haja vista que momentos como esses não podemos nos manter imparciais.


Portanto, vote Dilma, vote 13, vote PT.


**Saul Estevam Fernandes é Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em História e Professor Substituto da UFRN, lotado na Escola Agrícola de Jundiaí.

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