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sexta-feira, 13 de março de 2009

Por: Ruston Liberato

O AMANHÃ COMEÇA HOJE

Você tem o hábito de planejar seu futuro? Pensa em como ter uma vida sempre boa? Costuma guardar um valor fixo por mês para usufruir quando ficar mais velho? Se a resposta às três perguntas foi sim, meus parabéns: você é um dos poucos a fazer isso aqui no Brasil, onde as pessoas até poupam para comprar um carrão dos sonhos, mas dificilmente economizam para a­ cada vez mais longa ­terceira idade.
Um estudo recente elaborado pela Universidade de Oxford e encomendado pelo banco HSBC ao Harris Institute revela dados interessantes sobre a (falta de) visão que o brasileiro tem do futuro. Entre os 20 países pesquisados, o Brasil é um dos povos que menos poupam para a velhice, que menos fazem cálculos das necessidades futuras e que menos procuram ajuda para isso. Na pesquisa, apenas 24% dos brasileiros disseram já ter guardado dinheiro para a aposentadoria, contra 66% dos norte-americanos e 53% dos ingleses. Enquanto 60% dos habitantes dos Estados Unidos já calcularam suas necessidades futuras, somente 29% dos brasileiros afirmam ter feito o mesmo. Em contrapartida, 52% dos nossos conterrâneos acham que é o governo que deve bancar a aposentadoria ­ entre os norte-americanos, 16% têm a mesma opinião e, no México, esse número cai para 6%.Os dados acima comprovam uma verdade preocupante e que revela muito sobre nossa alma e nossas precariedades: o Brasil tem uma enorme dificuldade em pensar a longo prazo.
Somos umas das sociedades mais imediatistas do planeta, onde o aqui e agora costuma importar muito mais do que o amanhã. Entre o isto já ou o aquilo depois, quase sempre o brasileiro fica com a primeira opção.
Visão do futuro
Autor do livro O Valor do Amanhã, o economista Eduardo Giannetti apelidou esse comportamento de miopia temporal, uma anomalia em que tanto o indivíduo como a sociedade vêem com muita intensidade aquilo que está próximo, mas não conseguem ter a mesma clareza em relação aos seus interesses futuros.
Em poucas palavras, temos uma gigantesca incapacidade de cuidar do nosso próprio amanhã. O Brasil é muito impaciente, é como uma criança que não consegue esperar pelo almoço para ganhar o doce, afirma Giannetti.

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