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domingo, 23 de janeiro de 2011


Sabedoria e cura pela natureza * Caramurú

A tradição milenar da fitoterapia (tratamento homeopático pelas plantas) tem sido a fonte mais acessível para as famílias do interior do país. A própria OMS reconhece a importância do uso de plantas medicinais para universalização dos cuidados com a saúde.

O conhecimento do valor curativo de cada planta é passado de geração em geração. No ano de 1998 fiz uma pesquisa com o colega de universidade Nildo Dias, na comunidade rural de Miranda/Caraúbas, e constatamos o que era imaginado, ou seja, da grande importância das plantas nativas do trato das doenças mais comuns.

No município de Campo Grande existem 2 nomes mais destacados na produção de remédios caseiros que são D. Dolores Silva e D. Tazinha Viana (FOTO). Na quarta-feira visitei o assentamento Nova Vida onde residem a segunda e seus familiares com uma área de plantio destinada aos fitoterápicos.

D. Tazinha nos contou que cultiva mais de 50 espécies de plantas nativas com valor medicinal. Num cômodo da casa está reservado o espaço para uma estante de garrafadas que ela produz para o consumo familiar e venda a amigos/as que conhecem o efeito dos produtos. "Fazemos apenas aquelas que tem consentimento por lei federal", exclareceu D. Tazinha.

As famílias do assentamento são assessoradas pelo Núcleo Sertão Verde através do Projeto Semeando Agroecologia (Rede Pardal/Agronomos e Veterinários Sem Fronteiras). No ano passado o projeto foi fortalecido a partir da inclusão das mulheres na pesquisa Mulher e Produção do Banco Mundial, articulada pelo conselho municipal do FUMAC.

Talvez este simples e bom exemplo possa colaborar na construção de uma relação mais harmoniosa entre ser humano e a flora de modo a corroborar para um meio ambiente sustentável e ainda ajudar na redução da dependência da saúde das pessoas para com os grandes conglomerados da indústria farmaceútica.

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