Educação do campo: caminhadas e desafios
* Caramurú
Quando recebi o convite para abrir o debate sobre educação do campo tratei de não marcar outro compromisso porque queria ficar durante toda a programação, aprendendo atento e debatendo as vivências que foram apresentadas no encontro de universitários e universitárias de pedagogia da Universidade Vale do Acaraú.
O assunto me interessante bastante porque anda ao lado de todo nosso trabalho como agrônomo com atuação circunscrita ao ambiente de agricultura familiar do semi-árido brasileiro. Na verdade, a temática tem tudo haver com a revalorização do espaço rural e tem papel estratégico na perspectiva de promoção de um desenvolvimento sustentável e uniforme entre as diferentes regiões brasileiras.
Por um longo período vendo na TV as ossadas de cabeças de vacas penduradas em estacas e chão de açudes secos, o povo nordestino através das suas organizações sociais passou a despertar para outro lado e descobriu as incríveis potencialidades para a garantia da qualidade de vida do povo que aqui mora. Daí, deixou de querer combater a seca para se preparar e conviver com ela.
E nesta perspectiva temos milhares de experiências educacionais (sobretudo, não formais) em curso pelo nordeste afora. São as cisternas do P1MC e P1+2 da ASA, as ações do Projeto Dom Helder Câmara, trabalhos da EMBRAPA semi-árido, experiências populares etc.
O que não dá é para, dentro desta mudança em andamento, a escola formal ficar de fora e continuar ensinando frutas com exemplos de pera e cores com os semáforos. E certamente, um seminário como este da UVA terá um sabor picante, provocante e aguçador das idéias das novas professoras e professores que ensinarão num futuro próximo. O resultado terá gosto de manga rosa.
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