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segunda-feira, 6 de abril de 2009


Franklin Vieira escreve explicando projeto de Algodão Agroecológico

* Caramurú


Recentemente o município de Campo Grande foi contemplado com a seleção de 60 agricultores e agricultoras para participarem do projeto de fortalecimento da cultura algodoeira em nossa região. O projeto prevê a cobertura de todos os gastos e o plantio numa nova matriz tecnológica, por meio da agroecologia. O engenheiro agrônomo Franklin Vieira, coordenador do projeto do Estado, escreveu para o nosso blog dando maiores explicações. Leiam abaixo ...


Algodão em consórcios agroecológicos **

O projeto Algodão em Consórcios Agroecológicos começou em outubro de 2008, com financiamentos do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), GEF (Fundo das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e FIDA (Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura).

O objetivo é demonstrar a possibilidade de expandir a cultura de algodão, em consórcio com culturas alimentares, em mais de 100 assentamentos e comunidades do semi-árido nordestino, ao longo de 3 anos:

Com base na agricultura familiar e na agroecologia.
Melhorando a produção de alimentos como milho e feijão.
Beneficiando o meio ambiente, cuidando do solo, da água e da biodiversidade.
Comercializando óleo (biodiesel), pluma orgânica (mercado orgânico nacional e internacional) e torta de algodão (alimentação animal no mercado local).

O consórcio agroecológico representa assim uma resposta às crises ambiental (não usar fogo nem veneno), econômica (gerar renda em áreas rurais pobres), energética e alimentar (produzir biodiesel sem afetar a segurança alimentar).

O projeto foi implantado em cinco territórios do sertão nordestino: Sertão dos Inhamuns (CE) e Sertão Central (CE), Sertão do Cariri (PB), do Pajeú (PE) e do Apodi (RN).

A coordenação geral é do Projeto Dom Helder Camara, que está articulado com uma extensa rede associativa e sindical, trabalha em mais de 300 assentamentos e comunidades rurais, e beneficia diretamente 13.000 famílias. A coordenação técnica é da Embrapa Algodão, sediada em Campina Grande, e do Esplar, uma ONG cearense que tem mais de quinze anos de experiência com algodão em consórcio.

Em 2009, em cada um dos cinco territórios, foram implantados cerca de 30 hectares de algodão, consorciado com outros cultivos como milho, feijão e gergelim. Neste primeiro ano, os consórcios ficaram concentrados em uma comunidade de referência por território. Em cada comunidade de referência, 30 famílias plantaram um hectare de consórcio cada, com 50% de algodão e 50% de outros cultivos.

Ao todo, nos cinco territórios, 150 famílias estão atualmente cultivando 150 hectares de consórcios. A previsão para a safra 2009 é de 45 toneladas de algodão orgânico em rama, 50 toneladas de milho, 30 toneladas de feijão, 5 toneladas de gergelim...

Em 2010, pretende-se expandir o trabalho para mais 10 comunidades vizinhas no mesmo território. Para tanto, o projeto está formando multiplicadores (agricultores e técnicos) em cada território. A previsão de produção para 2010 é da ordem de 500 toneladas de algodão em rama.
Em 2011, serão mais 10 comunidades por território, perfazendo mais de 100 comunidades no conjunto dos cinco territórios, com o objetivo de produzir cerca de 1000 toneladas de algodão.

** Franklin Vieira Costa
Técnico de Campo do Projeto Algodão
Território Sertão do Apodi
PDHC/EMBRAPA ALGODÃO/ATECEL

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