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quinta-feira, 30 de abril de 2009

"Senhor perdoe este pobre coitado/ Que de joelhos rezou um bocado/ Pedindo prá chuva cair sem parar (...)"
* Caramurú
Há poucos dias publiquei uma foto da beleza do leito do Rio Upanema. Poderia ter postado outras imagens de pessoas tomando banho de chuva, saltando da ponte, dos cardumes de peixes, dos roçados de milho e feijão ou do gado gordo. O verde da natureza tomou conta da Serra de João do Vale e o povo de Campo Grande sente-se abraçado e abençoado pela generosidade de mais um ciclo chuvoso.
No entanto, diante da nossa responsabilidade de gestor municipal, cumprimos o papel de colocar nossos leitores por dentro do novo e preocupante quadro. O pluviômetro da Fazenda Veneza, fornecedor dos dados para a EMPARN, acumula mais de 1.000 mm de chuvas em 2009, ou seja, quase o dobro da nossa média histórica. Os nossos solos rasos e os açudes cheios transformam o excesso de água em preocupação com o surgimento de reservatórios arrombados, estradas danificadas e plantações inundadas. Até as moradias foram atingidas com 02 casas destruídas em Campo Grande e uma cozinha na comunidade rural do Morcego.
Na última terça-feira acompanhei o prefeito Bibi de Nenca e a equipe da Secretaria de Obras em visitas in locu para observar os estragos provocados pelas chuvas torrenciais ocorridas no dia anterior. Os açudes de Zé Vermelho e Uberaba se arrombaram e interditaram a BR 110 em dois pontos, impedindo o trânsito de Campo Grande para Upanema e de mais de 100 famílias que moram na zona rural ao norte do nosso município para acesso a cidade.
Visitamos a estrada de acesso à comunidade Campo de Aviação aonde foram tomadas medidas no sentido de garantir o conserto do alto de Liliane Almeida para assegurar o tráfego. No Morcego, a sangria do noss maior reservatório impede o transporte escolar e o acesso de carros às localidades pós-Lagoa. A casa do Sr. Francisco Timóteo, mais conhecido como Mucuim, teve a cozinha danificada. Na cidade, caíram as casas do gari Magno e da Sra. Maria José. Soubemos ainda da falta de condições de trafegabilidade nos assentamentos Ronaldo Valência, Pitombeira, Nova Vida e Bom Futuro.
Diante do quadro, o prefeito tomou medidas urgentes no sentido de amenizar os sofrimentos das famílias com esses danos. Foi constituída a Comissão Municipal de Defesa Civil, presidida por Dimas Melo, para acompanhar os fatos. Entrou-se em contato com a Defesa Civil do Estado no intuito de estabelecer todos os procedimentos necessários ao decreto de situação de emergência, tendo sido feita a notificação preliminar dos danos e, dentro do prazo de 05 dias, estamos fechando o levantamento da realidade para a decretação.
Junto a CONAB foi solicitada a doação de 08 toneladas de alimentos para serem doados as famílias afetadas e, diante da impossibilidade dos alunos e alunas virem a Escola, as aulas foram suspensas até segunda ordem. As equipes das Secretarias de Obras e Agricultura estarão com todas as atenções e pessoal voltadas para prestarem apoio total às pessoas desabrigadas ou em situação de risco. O DNIT foi acionado para a recuperação da BR 110. Nesta quinta, o prefeito Bibi de Nenca estará indo a rádio para colocar toda a população a parte do conjunto dos acontecimentos e encaminhamentos tomados.
Portanto, a situação é preocupante, embora não seja alarmante. O Governo Municipal tem a noção dos prejuízos causados pelas chuvas e dos perigos eminentes que podem acontecer caso as chuvas continuem acontecendo com as mesmas intensidades dos últimos dias. Por isso mesmo, precisamos manter a sintonia com os Governos Federal e Estadual, bemo como as pessoas interessadas em cooperar com Medidas e atitudes que amenizem e retornem a normalidade em Campo Grande.

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