Fábrica de castanha significa muito no desenvolvimento sustentável de C. Grande
* Caramurú
O caju, Anacardium ocidentale (ana = forma e cardium = coração), é uma rara fruteira que dispensa o uso de irrigação no semiá-árido brasileiro. A pouca exigência de água provém da origem nordestina da planta e por isso mesmo se constitui em importante fonte de renda para agricultores, principalmente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí.
No interior potiguar a cultura está espalhada por quase todo o Estado onde tem solos de formação sedimentar, conhecidos em alguns lugares como caatinga. No caso de Campo Grande, são cerca de 1.000 hecatares de cajueiros que perfazem uma produção anual estimada em 300 toneladas.
Daí vem a grande importância da fábrica de castanha que será inaugurada sexta-feira, através do convênio firmado entre a Associação do Bom Jesus e a Fundação Banco do Brasil. A unidade de processamento vai se destinar ao beneficiamento do pseudo-fruto, chamado popularmente de castanha. Este processo pode elevar a renda do produtor na medida em que 1 kg de castanha in natura varia de R$ 0,60 a R$ 1,30.
Considerando o rendimento de 20%, obtém-se 1 kg de castanha beneficiada com o uso de 5 kg de castanha in natura. Acontece que o produto processado alcança até R$ 25,00/kg, no mercado regional. Logo, constata-se que a renda dos cajucultores e das cajucultoras cresce em até 5 vezes.
A produção local é suficiente para o funcionamento da fábrica de castanha e diretamente serão gerados 30 empregos com efeito indireto sobre mais de 100 produtores de caju do município de Campo Grande. O benefício cobre as famílias de Lagoinha, Bom Jesus, Caiana, Fazenda Vitória, Salgado e Cabeça do Boi, dentre outras.
A conclusão da obra é um grande passo, mas novos desafios virão. A organização produtiva, o beneficiamento e a comercialização são etapas fundamentais e que já tem previsão de apoio para serem superadas positivamente e assim ajudarem com a renda deste produto nobre a promoverem o desenvolvimento sustentável de Campo Grande.
* Imagem http://www.arara.fr/
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